O primeiro dia em Johannesburg começou com aquela função de chegada, aeroporto, trem e check-in no hotel. Depois um almoço na Nelson Mandela Square, que fica junto ao shopping Sandton City, o maior da África. Falarei sobre ambos no post de compras e restaurantes. Os passeios neste dia foram só na parte da tarde.
Conforme combinado, as 13h o guia passou no hotel para nos pegar e dar início ao tour, que neste dia começou com uma volta de carro pelos principais pontos da cidade, começando pela região de Sandton. Um dos primeiros locais a ser visto foi a casa, ou melhor, a mansão que atualmente é a residência de Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. Com forte esquema de segurança e muros altos, não da pra ver muita coisa, mas da pra ter uma noção de quanto a casa é grande pelo tamanho do terreno.
Após uma parada para fotos num mirante com vista para o distrito de Sandton, fomos em direção ao centro da cidade. Quanto mais próximo do centro nos aproximávamos, mais as coisas iam ficando diferente, com a impressão que estávamos entrando em outra cidade. Se na região de Sandton tudo parecia bonito, limpo e organizando, não da pra dizer o mesmo do centro da cidade.
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O centro de Joanesburgo é uma zona degradada, pobre, suja e extremamente violenta. Há uns 15 anos ainda era o centro comercial e financeiro da cidade, local onde a maioria das grandes empresas possuíam suas sedes. Mas uma onda de criminalidade tomou conta da região e as empresas começaram a transferir suas sedes para áreas mais nobres da cidade, como Sandton, por exemplo. Por conta disso, muitos prédios ficaram abandonados e foram tomados por moradores de rua e imigrantes ilegais vindos principalmente de outros países africanos mais pobres.
Andar pelo centro da cidade por conta própria pode se tornar uma aventura perigosa, por isso é aconselhável ir apenas com um guia ou um local que conheça bem a região. É bom manter os vidros do carro fechado para evitar transtornos. Não dá pra generalizar e dizer que o centro é 100% ruim e perigoso ele ainda é bem movimentado, tem uma área comercial forte e ainda há empresas que se encontram nele.
A casa atual de Nelson Mandela |
Monumento no centro da cidade |
Ruas do centro de Joanesburgo |
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Nosso guia fez apenas duas paradas no centro da cidade. A primeira delas foi na Rua Diagonal, que leva este nome justamente por ser diagonal em relação às outras. Nela predominam lojas de comércio da comunidade indiana que vendem de tudo, de eletrônicos e roupas a remédios e alimentos. Entramos numa que vendia diversos pedaços de animal para fins medicinais ou de superstição, como chifre, cabeça, pata, entre outros. O cheiro era insuportável!
A segunda parada foi uma visita ao Carlton Centre, também conhecido como Top of Africa, o prédio mais alto do continente africano, com 50 andares e 222,5 metros de altura. No térreo há um shopping center com praça de alimentação. Os andares do prédio são ocupados em sua maioria por empresas, mas há muitas salas abandonadas.
O último andar do Carlton Centre é um mirante, onde é possível ter uma vista de 360 graus da cidade. Para chegar ao mirante é preciso comprar o ingresso numa bilheteria bem pequena, localizada junto à entrada dos elevadores, no segundo andar do shopping center. O visual do topo do prédio compensa a visita. É possível avistar todo o centro da cidade e os bairros mais afastados, como Sandton e Soweto, além do aeroporto OR Tambo, várias indústrias nos arredores da cidade e ainda os dois estádios da Copa do Mundo, Soccer City/FNB Stadium e Ellis Park, atualmente chamado de Coca-Cola Arena. Se o ar da cidade não fosse tão poluído, a visibilidade seria bem melhor.
Ao lado do Carlton Centre está um exemplo da triste realidade do centro da cidade. Anexo ao prédio está o antigo Carlton Hotel, que já foi um dos principais da cidade e está completamente abandonado desde 1997. Foi na frente desse hotel que o guia estacionou o carro. O cenário é triste, um prédio completamente abandonado que lembra filmes de catástrofe ou zumbis.
Carlton Centre / Top of Africa
150 Commissioner Street 2001, Carlton Center, Johannesburg
Preço adulto: 20 rands (R$5,00)
Horário: Diariamente, das 7h30 às 19h00.
Interior do Carlton Centre |
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Depois do passeio pelo centro da cidade, a próxima parada foi no Museu do Apartheid. Premiado e aclamado internacionalmente, foi inaugurado em 2001 conta em todos os detalhes a história do Apartheid, um regime que assolou a população negra sul-africana durante o século XX e marcou para sempre a história do país, e cujo princípio básico era a segregação racial, com uma clara divisão e distanciamento entre a população branca e a população negra. É uma verdadeira aula de história, principalmente para os leigos no assunto, como eu, que pouco sabia sobre o regime e acabei aprendendo bastante no museu.
O estilo do museu, sua arquitetura, decoração e o formato da exposição já remetem a uma sensação de como era viver numa época de opressão. Logo na entrada há um ótimo exemplo de como era a segregação racial: uma porta para negros e uma porta para brancos. A porta que o visitante deve entrar está escrita no ingresso e é escolhida de forma aleatória no momento da impressão na bilheteria. Mas independente da porta que você entre, logo em seguida os caminhos se unem para dar início à visitação no interior do museu.
O percurso dentro do museu começa com uma introdução sobre o apartheid e depois vai abordando os acontecimentos em ordem cronológica, contando como era a vida sob o regime nos anos 60, o massacre de Sharpeville, a vida nas minas, o movimento estudantil dos anos 70, a resistência dos anos 80, o aumento da consciência negra, a libertação de Nelson Mandela, o início dos anos 90, o Acordo Nacional de Paz, a transição para a democracia, as eleições de 1994 e a constituição.
Ao longo do trajeto, as épocas e assuntos estão divididos por setores, todos ilustrados com muitas fotos, painéis e vídeos. A visita pode durar horas, pois o material é muito extenso. Para a visita fluir num bom ritmo, alguns painéis ganham destaque. Os painéis pretos servem para introduzir o ambiente. Já os painéis cinzas fornecem mais detalhes históricos do tema abordado e o primeiro parágrafo deles dão um resumo de tudo que é abordado naquele ambiente. No meio da exposição há um filme de 20 minutos mostrando como era a vida no apartheid durante os anos 80 com cenas marcantes e impressionantes. Impossível não ficar comovido com as fortes imagens de sofrimento e repressão que os sul-africanos vivenciaram.
No final, já na área externa, há um grande jardim, uma lojinha, um café e banheiros. Na parte mais elevada do jardim é possível avistar o centro da cidade ao fundo e também uma parte do Gold Reef City, o parque de diversões que fica ao lado do museu.
Não é permitido tirar fotos no interior do museu, apenas na entrada e no jardim externo. Por isso só apresento fotos da parte de fora do museu aqui no blog. A visita pode ser feita com o auxílio de um áudio-guia, disponível na bilheteira a um custo adicional de 15 rands, que é ativado através de sensores posicionados em pontos-chave no museu, fornecendo informações introdutórias sobre o espaço em que se está entrando.
Visitar o Museu do Apartheid é uma experiência única e extremamente interessante. Não é à toa que o museu é considerado a atração #1 da cidade de Joanesburgo de acordo com o site de viagens Trip Advisor. A visita pode durar entre uma e duas horas, dependendo do seu ritmo e do interesse em ver todos os painéis e vídeos. No local há estacionamento próprio. Ao lado do museu encontra-se o Gold Reef City, um parque de diversões com montanhas-russas e outras atrações, incluindo um passeio chamado “Jozi’s Story of Gold”, uma visita ao interior de uma antiga mina de verdade, a 220 metros de profundidade. Não fui nesse parque, então não posso dizer se vale a pena ou não!
Apartheid Museum
Northern Parkway & Gold Reef Road. Ormonde 2001, Johannesburg
Site oficial: www.apartheidmuseum.org
Preço adulto: 55 rands (aprox. R$13,50)
Horário: de terça a domingo, das 9h00 às 17h00.
A última visita programada para o primeiro dia era uma parada para fotos no estádio Soccer City, que sediou a abertura e o encerramento da Copa do Mundo de 2010. E foi literalmente uma parada para fotos, pois nosso guia encostou o carro no acostamento de uma rodovia, saltamos para tirar umas fotos e logo em seguida voltamos para o carro. Eu achava que ia ser um pouco diferente, mas as fotos ficaram boas e foi possível admirar o estádio por um tempo, pois demos uma volta quase completa por ele de carro.
Conhecido oficialmente como FNB Stadium, seguindo um acordo de patrocínio do First National Bank, está localizado nos arredores de Soweto e foi inaugurado originalmente em 1989, mas por causa da Copa foi completamente reformado e ampliado, tornando-se um dos maiores estádios do mundo em capacidade, podendo abrigar mais de 90 mil torcedores. O projeto do novo estádio foi desenvolvido para que ele ficasse num formato semelhante a um objeto do artesanato sul-africando, calabash, que conhecemos aqui no Brasil como “cabaça”. O resultado é impressionante, o estádio é grandioso e muito bonito.
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O FNB Stadium presenciou um momento marcante da história do país. Foi lá que Nelson Mandela fez o primeiro discurso público após sua libertação da prisão. Durante a Copa do Mundo o estádio sediou, além dos jogos de abertura e encerramento, outras seis partidas. A seleção brasileira jogou nele apenas uma vez, quando venceu a seleção da Costa do Marfim por 3 a 1. Atualmente é utilizado para jogos de futebol e também de rugby, o esporte mais popular do país, e também serve de palco para grandes shows, como o da banda U2, que aconteceu no início de 2011.
É possível fazer um tour para conhecer o interior e as dependências do estádio. As visitas devem ser agendadas com no mínimo 48 horas de antecedência pelo site da Stadium Managment South Africa, empresa que o administra. No site há um formulário com todas as informações necessárias para o agendamento, incluindo e-mail e telefone, assim como os preços, horários e mais detalhes sobre o passeio.
Soccer City / FNB Stadium
Soccer City Avenue. Soweto, Johannesburg
GPS: 26°14’5.27” S / 27°58’56.47” E
Site oficial: www.stadiummanagement.co.za
E o primeiro dia terminou com este belo pôr do sol africano…
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Oi Lívia, as informações sobre o guia você encontra neste post:
https://www.meusroteirosdeviagem.com/2011/09/escolhendo-uma-agencia-de-passeios-em.html
Um abraço!
Ola Diego, estou planejando viajar para África do Sul em Março 2014 e estou adorando suas dicas, Vou seguir a risca, uma vez que devo viajar sozinha..rs
Eu queria dicas dos hotéis onde você se hospedou em Johanesburgo e em Cape Town .. não localizei no seu post..será que passou despercebido?
Caso conheca alguém viajando para África em Março/14.. me avise.Gostaria de ter cia..seria mais divertido,né?
Abraço
Oi Fernanda, agradeço sua mensagem. Em Joanesburgo fiquei no Radisson Blu Gautrian, muito bom, recomendo. Você pode ver mais detalhes nesse post:
https://www.meusroteirosdeviagem.com/2011/09/hotel-em-joanesburgo-radisson-blu.html
Já em Cape Town fiquei no Hilton do centro da cidade, cujo relato está aqui:
https://www.meusroteirosdeviagem.com/2011/10/hotel-na-cidade-do-cabo-hilton-cape.html
Não gostei desse hotel, recomendo que você fique no bairro Sea Point ou Green Point, parece ser uma área mais bacana.
Ao retornar me conte suas escolhas e se gostou da África do Sul. Um abraço e boa viagem!
[…] joanesburgo | LINK 37. @meusroteiros | joanesburgo – centro museu do apartheid e o soccer city | LINK 38. @dialeticaorg | estádios que eu fui: westfalenstadion (borussia dortmund) | LINK 39. […]
Olá, Diego
Muito útil o teu post. Estou agora mesmo em Jobburg e suas dicas são perfeitas para mim. Obrigada por comparilhar!!
Obrigado pela mensagem Lucila. Aproveite sua viagem, um abraço!